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Especificação de Requisitos


1. O que é

A Especificação de Requisitos é o processo de documentar formalmente os requisitos que foram previamente elicitados e analisados.

Enquanto a análise/modelagem foca em entender e organizar os requisitos, a especificação transforma esses modelos e informações em documentos e representações claras, completas e compartilháveis com stakeholders e equipe técnica.


2. Objetivos principais

  • Registrar os requisitos de forma clara, completa e consistente.
  • Criar uma base única de entendimento para desenvolvimento e testes.
  • Reduzir ambiguidades e mal-entendidos.
  • Fornecer subsídio para design, implementação, validação e rastreabilidade.

3. Como funciona

A especificação ocorre após a elicitação e análise/modelagem, quando os requisitos já foram coletados, refinados e priorizados.

  • Análise/Modelagem: interpreta e organiza requisitos em modelos (diagramas, cenários, protótipos).
  • Especificação: registra esses modelos e informações em artefatos formais, compreensíveis e validáveis.

Atividades típicas incluem:

  1. Produzir documentos estruturados de requisitos (SRS ou especificações suplementares).
  2. Detalhar cenários, casos de uso, user stories e regras de negócio.
  3. Criar diagramas UML, fluxos e rich pictures que representem os requisitos de forma visual.
  4. Registrar léxicos/glossários para uniformizar termos do domínio.

4. Técnicas Comuns de Especificação

4.1 Cenários

  • Narrativas que descrevem sequências de ações do usuário e do sistema.
  • Servem para validar casos de uso e auxiliar em testes.

4.2 Casos de Uso (Use Cases)

  • Documentam interações entre atores e sistema.
  • Podem ser representados em diagramas UML ou fluxos textuais detalhados.

4.3 Léxicos / Glossário

  • Padronizam termos importantes do projeto.
  • Reduzem ambiguidades e facilitam comunicação entre stakeholders e equipe técnica.

4.4 Rich Picture

  • Representação gráfica informal do sistema e seu contexto.
  • Facilita a compreensão inicial e comunicação com stakeholders não técnicos.

4.5 Personas

  • Representações fictícias de usuários reais.
  • Incluem objetivos, frustrações, motivações e ajudam a guiar design e priorização.

4.6 Perfil de Usuário

  • Descreve categorias de usuários (idade, experiência, frequência de uso, habilidades).
  • Complementa personas e orienta requisitos específicos para diferentes tipos de usuário.

4.7 Diagramas UML

  • Ferramenta de modelagem visual:

  • Diagrama de casos de uso (interações).

  • Diagrama de classes (estrutura).
  • Diagrama de atividades/seqüência (fluxos e comportamento).

4.8 Histórias de Usuário

  • Estrutura: “Como [usuário], quero [ação], para [benefício]”.
  • Frequentemente usadas em metodologias ágeis.

4.9 Regras de Negócio e Tabelas de Decisão

  • Documentam restrições, cálculos e fluxos condicionais.
  • Garantem consistência e evitam erros em funcionalidades críticas.

5. Observações Importantes

  • A especificação consolida os resultados da análise/modelagem, tornando-os formais e utilizáveis para desenvolvimento.
  • Em projetos ágeis, análise/modelagem e especificação muitas vezes acontecem de forma contínua, com backlog e protótipos evolutivos.
  • Em projetos tradicionais, a especificação normalmente resulta em SRS completo e validado antes do design.
  • Uma boa especificação combina várias técnicas, como cenários, casos de uso, personas, diagramas UML e léxicos.